Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem
das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! Isaías 5.20
O ano de 2012
terminou e passamos a salvo pelo tão temido dia 21/12/12, data em que, segundo
uma profecia Maia, o mundo terminaria. Muitas pessoas viveram o dito período em
grande angústia, pois esperaram pelo fim. Outras pessoas, conforme noticiado
pela imprensa internacional, correram para adquirir abrigos contra ataques
nuclear, ou outros tipos de catástrofes naturais. Esses abrigos contavam com
estoques de mantimentos, medicamentos e até mesmo armamentos à disposição do
proprietário¹.
Por outro lado,
os aproveitadores místicos de plantão lucraram com o iminente “fim do mundo”,
alugando cavernas como abrigos “à prova de apocalipse”, excursões esotéricas a
lugares especiais (como Chapada dos Guimarães ou Diamantina), onde supostamente
as naves alienígenas costumam aparecer com mais frequência, e que possivelmente
arrebataria alguns poucos escolhidos. Além disso, pessoas chegaram a enviar
inúmeras cartas à NASA relatando sua preocupação com as teorias de “fim do
mundo”, forçando a agência a pronunciar-se a respeito, a fim de evitar
suicídios em massa ².
Além das
profecias maias, houve um grande reboliço na última passagem do milênio, onde a
frase "de mil passarás, mas a dois mil não chegarás" era pronunciada
como se fosse passagem bíblica. Talvez o nome mais popular no período tenha
sido o de Nostradamus, por conta de suas profecias acerca do fim dos tempos. Um
pouco antes da passagem do milênio houve também a preparação para o "bug
do milênio". Muita especulação a respeito da tecnologia veio à tona, com
teorias inflamadas a respeito da paralisação do mundo, pelo fato de
computadores e outros equipamentos eletrônicos não estarem prontos para a
passagem de 1999 para 2000.
Enfim, nos
últimos anos e décadas sobraram teorias para o fim do mundo, sobraram
especulações e charlatanismo, expectativas e frustrações. Ouvimos muitas falácias e profetadas, muita
expectativa, mas nada aconteceu. Mais uma vez nada aconteceu, e os corações mais uma vez se endureceram.
Tudo isso
poderia ser visto pelos cristãos como algo bom, afinal de contas as previsões
alegadas fora da Bíblia caem por terra a todo o momento. Mas na verdade, não é
bem assim que devemos enfrentar essa questão.
A incredulidade
tem se fortalecido no mundo e pode ser expressa como nos versos 18 e 19 de
Isaías 5; a humanidade chama para si o pecado, e de forma sarcástica parece pedir a
Deus que se apresse e faça Suas obras para que o mundo creia na Sua existência. Na
verdade, a humanidade vive pedindo a Deus o mesmo sinal que os fariseus pediram
a Jesus (Lucas 11.29), mas nenhum sinal a mais lhes será dado além dos que já
foram profetizados e confirmados, e que a cada dia se intensificam em seu
cumprimento.
Em outras
palavras esse espírito de incredulidade dá ao homem a ideia de que este pode se
despreocupar e pecar à vontade, sem se preocupar com a volta de Cristo e o dia do
juízo, afinal, já se passou tanto tempo que essa história de fim do mundo já
“caducou”.
O grande desafio
para a Igreja neste tempo é viver a expectativa da volta de Cristo. O mundo tem
massificado a ideia de que isso é apenas mito, e muitos cristãos têm vivido
como se assim fosse. Muitos se esqueceram da promessa da volta e vivem como se
aqui fosse a vida definitiva.
Talvez por esse
motivo Jesus tenha lançado aquela pergunta intrigante de Lucas 18.8, onde
questiona se quando regressar achará fé sobre a terra.
Parece que não,
mas a pergunta é mais incentivadora do que reprovadora. Ela serve de incentivo
para a Igreja crer na Sua volta, em meio a um mundo inteiro de descrentes e
despreocupados. Basta olharmos para o contexto que Jesus nos
fala: Ele cita o caso de um juiz que não respeitava a Deus nem a homem algum,
mas que por motivos egoístas faz justiça por uma viúva. Se esse juiz fez
justiça, quanto mais o Senhor, que é o Supremo Juiz, verdadeiramente justo.
Não é novidade que vivemos o
tempo em que os valores morais têm sido deturpados completamente. O correto
parece ter se transformado em errado. Quem pratica o que é certo é visto como “quadrado”
e “vacilão”. É normal subornar, é normal receber um caixa 2, é normal trair o
cônjuge, enfim, o erro virou usual, e ninguém pode se levantar para falar
contra, pois é visto como inimigo.
Em nossa sociedade, por
exemplo, temos visto o movimento homossexual se levantar com fúria contra os
cristãos, que por sua vez são tidos como “fundamentalistas religiosos”,
simplesmente por não aceitarem determinadas práticas pecaminosas. Isso é um
exemplo de pecado se tornando usual. Isso é um sinal do fim dos tempos.
As pessoas têm subvertido a
moral e a ética em troca dos seus prazeres pessoais. A felicidade individual
tem causado um tremendo transtorno na sociedade, que a cada dia vem sucumbindo
diante do pecado. O homem, na busca pelo seu próprio bem, sobrepuja o próximo e
isso gera revolta, desigualdade, desequilíbrio e por fim, a falência social
geral.
A Igreja é agente do Reino
de Deus aqui na terra e como tal é responsável pela guarda da moral e da ética,
além de ter o compromisso com a Palavra da Verdade. Muitos crentes têm deixado
de ser éticos no seu proceder. Muitos pastores têm sido imorais nos púlpitos e
em programas de TV. Isso nos mostra como os valores mundanos têm encontrado
refúgio dentro das igrejas e por trás dos púlpitos.
Cada crente tem
obrigação de lutar contra a inversão moral que tem dominado nossa sociedade. É
necessário que cada um de nós entenda que também é responsável por manifestar a
expectativa da volta do Senhor, mostrando essa esperança na sua forma de
proceder.
2 - Notícias BBC